Melanomas
são neoplasias malignas. São mais comuns na pele e tem predominância em adultos.
Embora lesões diagnosticadas no início possam ser curadas, boa parte dos
melanomas ainda tem elevada mortalidade. Esses tumores representam 3% de todas
as neoplasias malignas, com incremento de 4 a 6% a cada ano na sua incidência.
O
melanoma cutâneo é um tumor maligno decorrente da transformação atípica dos
melanócitos, geralmente no nível da junção dermoepidérmica. Apesar de representar
somente 4% dos tumores malignos cutâneos, caracteriza-se por ter elevada
morbidade e mortalidade, sendo responsável por 75% das mortes causadas pelos
tumores cutâneos.
- No Brasil, a incidência estimada do melanoma é de cerca de 4 casos
por 100 mil habitantes.
- A etiopatogênese é multifatorial, incluindo fatores genéticos e
raciais, sendo que o principal fator de risco é a etnia.
- O elemento mais importante, na maioria dos tumores, é exposição
excessiva à luz ultravioleta (UV). A melanina tem efeito protetor contra a
radiação solar explicando a menor incidência em afrodescendentes, exceto quando
são albinos ou em áreas de ausência de pigmento, com palmas, plantas, leitos
ungueais e mucosas.
- Pacientes
que tiveram melanoma têm maior risco de desenvolver um segundo melanoma
independente do primeiro.
Existem 4
tipos principais de melanoma, diferentes na origem, na evolução e no
prognóstico:
- Melanoma do lentigo maligno;
- Melanoma maligno extensivo superficial ou pagetoide;
- Melanoma maligno nodular;
- Melanoma acral lentiginoso.
Dentre os tipos
citados, o Melanoma extensivo superficial ou pagetoide tem maior
incidência, cerca de 70% em indivíduos de pele
clara, não havendo diferença entre os gêneros. Apresenta-se em áreas não
expostas da pele, geralmente nas pernas em mulheres e no dorso em homens.
- Raramente é maior que 2,5 cm de diâmetro; tem tonalidade e
saliência variadas; São lesões normalmente hipopigmentadas ou amelanocíticas.
- A lesão origina-se de melanoma pagetoide in situ, quase
sempre dentro de 1 ano após o diagnóstico deste;
- A transformação maligna é denunciada por aumento da enduração, com
aparecimento de ulceração e hemorragia;
- O índice de sobrevida de 5 anos é de 70%.
EVOLUÇÃO
Fase inicial: crescimento radial ou horizontal, que pode estar confinada somente
à epiderme e que, portanto, é referida como um crescimento apenas in situ. A lesão é chamada de plana.
A lesão pode permanecer na epiderme ou pode evoluir
para segunda fase, que normalmente ocorre de 1 a 5 anos depois do seu
surgimento.
Melanoma do tipo superficial na região dorsal
Fase de
invasão da derme ou de crescimento vertical
clinicamente denominada melanoma disseminativo superficial com componente
nodular. Nessa fase, pode provocar metástases, tanto pela drenagem linfática,
quanto por via sanguínea.
CARACTERIZAÇÃO
A Sociedade
Brasileira de Dermatologia utiliza a seguinte regra ABCDE para avaliar a presença de neoplasia maligna:
- Assimetria da lesão;
- Borda irregular;
- Cor variável;
- Diâmetro maior que 6 mm na maioria das lesões;
- Evolução: crescimento, coceira ou sangramento.
Então,
Se houve aparecimento de nódulo à o tumor cresce verticalmente.
Se houve Irritação e sangramento à há rápido crescimento tumoral = pior prognóstico.
A pele que recobre as lesões de melanoma perde suas
estrias normais.
- Melanoma pagetoide pode surgir em áreas não cutâneas,
como globo ocular, cavidades oral e nasal, genitália externa, vagina, uretra e
região anal.
Em geral, lesões de mucosas têm comportamento mais
agressivo e pior prognóstico.
Melanoma extensivo superficial: fases radial e infiltrativa
Mitoses nos melanócitos
Melanócitos repletos de pigmento
VÍDEO: http://www.gbm.org.br/gbm/video/melanoma/melanoma.aspx
REFERÊNCIA:
- http://www.gbm.org.br/gbm/Default.aspx
- Antônio
CMC, Jeferson O. Melanoma cutâneo: doença curável? Revisão de literatura e
apresentação de um organograma de investigação e tratamento. Revista da AMRIGS,
Porto Alegre, 51 (4): 312-316, out.-dez. 2007
- BRASILEIRO
FILHO, G. Bogliolo: Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011
- ROTTA,
Osmar (Coord.). Guia de dermatologia: clínica, cirúrgica e
cosmiátrica. Barueri: Manole, 2008. 725 p. (Guias de medicina ambulatorial e
hospitalar).
Amanda Figueiredo
LAPAT-UFSJ