sábado, 7 de julho de 2012

Doença de Huntington


A Doença de Huntington (DH) é uma afecção neurodegenerativa de herança autossômica dominante causada por mutação no gene IT15 (cromossomo 4), que codifica a proteína huntingtina. Esse desvio resulta em acúmulo de poliglutamina na molécula de huntingtina e agregação dessa proteína em forma de diminutas inclusões nucleares nos neurônios. A huntingtina tem função de transporte, transcrição e neurogênese. Em geral, a doença se manifesta na quarta década de vida, embora não seja possível prever a idade de manifestação ou o quadro clínico.

Morfologia
Em estados avançados, a macroscopia revela atrofia intensa do encéfalo, principalmente do neoestriado (putâmen e núcleo caudado), seguido do globo pálido, diencéfalo, tronco encefálico e cerebelo. O córtex cerebral também sofre atrofia, especialmente nas regiões frontais e parietais. Microscopicamente, há perda neuronal e gliose nas áreas vulneráveis. Há positividade imuno-histoquímica para huntingtina e ubiquitina nas inclusões nucleares neuronais, embora deva ser interpretada com cautela, já que se encontra em portadores da doença e em controles. Postula-se que essas inclusões podem ser neuroprotetoras.

Clinicamente, os pacientes apresentam:
  • Movimentos involuntários dos membros, da cabeça e do tronco (coreia);
  • Rigidez muscular;
  • Alterações psíquicas que evoluem progressivamente para quadro demencial.

Não há correlação estreita entre o diagnóstico clínico e o neuropatológico na DH. Há descrições de casos bem caracterizados clinicamente cujo diagnóstico anatomopatológico foi discordante e vice-versa.

Vídeo

Referências
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011 (adaptado)


Phelipe Gabriel
Acadêmico de medicina
Presidente da LAPAT

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