A Doença de Huntington (DH) é uma afecção neurodegenerativa de
herança autossômica dominante causada por mutação no gene IT15 (cromossomo 4),
que codifica a proteína huntingtina.
Esse desvio resulta em acúmulo de poliglutamina
na molécula de huntingtina e agregação dessa proteína em forma de diminutas
inclusões nucleares nos neurônios. A huntingtina tem função de transporte,
transcrição e neurogênese. Em geral, a doença se manifesta na quarta década de
vida, embora não seja possível prever a idade de manifestação ou o quadro
clínico.
Morfologia
Em estados avançados, a macroscopia revela atrofia intensa do
encéfalo, principalmente do neoestriado (putâmen e núcleo caudado), seguido do
globo pálido, diencéfalo, tronco encefálico e cerebelo. O córtex cerebral
também sofre atrofia, especialmente nas regiões frontais e parietais. Microscopicamente, há perda neuronal e
gliose nas áreas vulneráveis. Há positividade imuno-histoquímica para
huntingtina e ubiquitina nas inclusões nucleares neuronais, embora deva ser
interpretada com cautela, já que se encontra em portadores da doença e em
controles. Postula-se que essas inclusões podem ser neuroprotetoras.
Clinicamente, os pacientes
apresentam:
- Movimentos involuntários dos membros, da cabeça e do tronco (coreia);
- Rigidez muscular;
- Alterações psíquicas que evoluem progressivamente para quadro demencial.
Não há correlação estreita entre
o diagnóstico clínico e o neuropatológico na DH. Há descrições de casos bem
caracterizados clinicamente cujo diagnóstico anatomopatológico foi discordante
e vice-versa.
Vídeo
Referências
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo:
Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011 (adaptado)
Phelipe Gabriel
Acadêmico de medicina
Presidente da LAPAT
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