Figura 1 – Localização anatômica e estrutura da Tireóide
O
bócio multinodular (BMN) é definido como um aumento da glândula tireóide
secundário à proliferação multifocal de tireócitos e caracteriza-se pela
heterogeneidade no crescimento e função das células foliculares. O BMN é
considerado uma neoplasia benigna da tireóide. É uma doença comum, com aumento
da prevalência em áreas com deficiência de iodo, sendo este o principal fator
etiológico ambiental. Sua incidência depende também do sexo, sendo a relação
mulher:homem 5:1.
A
deficiência crônica de iodo acarreta aumento da secreção endógena de TSH
(Hormônio Tireotrófico) e, consequentemente, estímulo da função e do
crescimento em todas as células foliculares da tireóide (tireócitos). Tem sido
consenso a importante participação do TSH no desenvolvimento do bócio.
São demonstrados no
BMN componentes genéticos importantes. Observa-se que filhos de pais com bócio
apresentam uma prevalência significativamente maior dessa condição quando
comparados com crianças de pais sem a doença.
Figura
2
– detalhe de folículos em bócio multinodular. Abundante colóide, envolvido por
células foliculares (atipia celular, citoplasma escasso)
A avaliação de
pacientes com BMN deve ser direcionada a exclusão de malignidade, através da
realização da punção aspirativa dos nódulos maiores do que 1 cm e/ou com
características ultrassonográficas sugestivas de malignidade
(hipoecogenecidade, microcalcificações, margens irregulares, aumento do fluxo
vascular pelo Doppler) ou história clínica de risco, exceto quando há suspeita
de nódulo funcionante.
Referência:
Meyer ES,
Maia AL. Aspectos patogênicos e clínicos do bócio multinodular. Rev HCPA
2009; 29(3): 246-254
Phelipe Gabriel
LAPAT-UFSJ
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