quarta-feira, 27 de junho de 2012

Polimastia



A Polimastia é uma ectopia e remanescente da linha mamária. Mamas supranumerárias são referidas como polimastia; mamilos supranumerários (politelia) podem ocorrer, com ou sem parênquima glandular subjacente, ao longo de toda a linha mamária. O ser humano possui 2 linhas mamárias e elas vão da região axilar à inguinal. As mamas podem desenvolver-se em qualquer sítio ao longo dessa linha, mas mais frequentemente ficam situadas aproximadamente 20 cm abaixo da clavícula, na parede torácica anterior. O tecido ectópico sofre influência das alterações hormonais do ciclo menstrual, podendo ocasionalmente aumentar de volume e provocar dor pré-menstrual. As doenças que afetam a mama eutópica podem também ocorrer no tecido heterotópico, inclusive hiperplasias, tumores benignos e carcinomas.
            A forma mais comum de polimastia é a mama axilar, que se torna mais evidente em muitas mulheres durante a gravidez e que muitas depois se queixam como se fosse uma gordura próxima da axila. Nas linhas mamárias podem persistir brotos mamários, como mamas acessórias, ao longo da vida adulta.
A incidência de polimastia na população geral varia de 2 a 6%. As mamas acessórias, como qualquer tecido mamário, podem ser alvo de alterações patológicas variadas, benignas ou malignas, uma vez que respondem às variações hormonais fisiológicas e estão sujeitas aos mesmos agentes carcinogênicos. Representando 0,3% dos carcinomas mamários, o câncer de mama ectópica é um problema real e deve ser divulgado, já que sua baixa frequência na população pode tornar o diagnóstico difícil de ser feito.
            Durante os últimos anos, grandes avanços foram surgindo na forma de tratar o câncer de mama. As grandes cirurgias radicais foram substituídas por tratamentos conservadores e, na atualidade, a abordagem cirúrgica para avaliação do envolvimento de linfonodos axilares tem sido objeto de estudo. Acredita-se que o envolvimento dos linfonodos ocorre continuamente, um a um, da periferia para a região medial da axila. Sendo assim, estão surgindo métodos de predição de acometimento axilar através de procedimentos pouco invasivos, como a avaliação do linfonodo sentinela, que permite evitar a linfadenectomia e seus efeitos colaterais em pacientes com axila negativa.
            O conceito de linfonodo sentinela foi relatado inicialmente por Virchow em meados do século XIX sendo Braithwaite o primeiro a usar o termo “glândula sentinela” em 19235. Objeto de vários estudos atualmente, a biópsia do linfonodo sentinela, independentemente da técnica utilizada, tem alta acurácia (92 a 100%), e relativamente baixa taxa de falso-negativo (0 a 19%), além de baixas taxas de recorrência local em mulheres com axila preservada após biópsia negativa do linfonodo sentinela. Apesar disso, em uma pequena porcentagem dos pacientes é observada a presença de metástase em outros linfonodos que não o linfonodo sentinela. Outro problema descrito na técnica de avaliação do linfonodo sentinela é a presença de metástase nos linfonodos axilares dos níveis II e III sem envolvimento dos linfonodos do nível I, a chamada skip metastasis, relatada em 1,5 a 29,2% dos casos.
            Como o câncer no tecido mamário ectópico é uma patologia rara, o estudo do linfonodo sentinela nesses casos ainda é escasso e a anatomia da drenagem linfática desses tumores ainda não está esclarecida. Assim, faz-se necessário relatar os casos encontrados e revisar, sempre que possível, a drenagem linfática relacionada a este tipo de tumor. 

Referências:

BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011

TIEZZI, D. GUIMARÃES et al. Linfonodo-sentinela no câncer de mama acessória: relato de caso. Rev Bras Ginecol Obstet. 2006; 28(1): 50-3

Anatomia mamária. Disponível em: http://doencadamama.com/mama_detalhe.php?i=3. Acesso em: 22 jun. 2012.

Procedimentos cirúrgicos. Disponível em: http://www.bgcirurgiaplastica.com.br/procedimentos_cirurgxicos-amama.htm. Acesso em: 22 jun. 2012.


Amanda Figueiredo
Acadêmica de Medicina
Diretora Financeira da LAPAT


sexta-feira, 22 de junho de 2012

XXII Congresso Brasileiro de Citopatologia

Mais Informações:
http://www.xxiicbc2012.com.br/

Phelipe Gabriel

Café pode reduzir risco de morte em adultos, diz pesquisa americana



21/05/2012 - Adultos de 50 a 71 anos que bebem pelo menos três xícaras de café por dia podem reduzir o risco de morrer em 10% com relação àqueles que não consomem a bebida, revelou um estudo do Instituto Nacional do Câncer (NCI, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, publicado este mês. A pesquisa foi feita com base em um questionário aplicado a um grupo de 400 pessoas que estavam nessa faixa etária entre 1995 e 1996. Os participantes foram acompanhados até 31 de dezembro de 2008.

Os resultados, divulgados na revista médica New England Journal of Medicine (NEJM), demonstraram que as pessoas que consumiram, em média, três xícaras de café por dia, normal ou descafeinado, tiveram menos risco de morrer de doenças cardiovasculares e respiratórias, AVC, ferimentos, acidentes, diabetes e infecção do que as pessoas que não ingeriram a bebida. Os cientistas, contudo, notaram um aumento muito sutil no risco de câncer entre os homens que consumiram muito café. Ao contrário, entre as mulheres não foi constatado um vínculo direto entre o fato de beber café e mortes por câncer.

Para não haver falsos resultados, os autores da pesquisa também levaram em conta outros fatores de mortalidade, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. No entanto, alertaram para o fato de que não podem afirmar com certeza, em termos científicos, que o consumo do café prolongaria a vida. "O café é a bebida mais consumida na América, mas o vínculo entre este consumo e o risco de morte não está claro", afirmou o doutor Neal Freedman, da Divisão de Epidemiologia de Câncer e Genética do NCI, principal autor da pesquisa. "Ainda que não possamos concluir a existência de uma relação de causa e efeito entre beber café e um risco menor de morte, pensamos que esses resultados dão certas garantias ao fato de que a bebida não faz mal à saúde", acrescentou o doutor Freedman.

Os cientistas destacaram, ainda, que os hábitos de consumo do café na residência dos participantes foram estimados com base em um questionário sobre um período determinado. Sendo assim, não refletem atitudes de longo prazo. Argumentaram igualmente que não obtiveram informações sobre o preparo do café (expresso, filtrado, etc) e, portanto, sobre os efeitos protetores da bebida com base nos níveis dos ingredientes utilizados. "O mecanismo pelo qual o café reduziria a mortalidade não está claro porque esta bebida contém mais de mil substâncias diferentes que podem, potencialmente, afetar a saúde", explicou o doutor Freedman. "Entre estas substâncias, a cafeína é a mais estudada, mas nesta pesquisa os efeitos protetores foram os mesmos, inclusive entre os bebedores de café descafeinado", revelou.

Fonte: Correio Braziliense Online

Notícia extraída da página do INCA – Instituto Nacional de Câncer

Phelipe Gabriel

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Carcinoma Epidermóide de Laringe



     O câncer de laringe é um dos mais comuns a atingir a região da cabeça e pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos que acometem esta área e 2% de todas as doenças malignas.
     Ele pode se localizar acima das cordas vocais (supraglótico), na porção onde se localizam as cordas vocais (glótico) ou abaixo, no início da traquéia (infraglótico). Este câncer é, na maioria das vezes do tipo epidermóide ou escamoso, ou seja, são as células que revestem a laringe que sofrem alterações e se tornam malignas. Muitos são exofíticos (crescem em direção ao lúmen) e vegetativos (aspecto de couve-flor).
     Os principais fatores de risco para este tipo de câncer são o fumo (de qualquer tipo) e o uso abusivo de bebidas alcoólicas. Pacientes que permanecem fumando durante a radioterapia parecem apresentar menor índices de resposta ao tratamento assim como sobrevida menor do que aqueles que pararam completamente de fumar.
     A confirmação diagnóstica é feita por laringoscopia direta com biopsia, pré ou per operatoriamente. O tratamento depende do estadiamento do câncer, podendo ser radioterapia, quimioterapia, laringectomia parcial ou até laringectomia total. Os pacientes tratados de câncer da laringe devem manter uma rotina de acompanhamento em busca da detecção o mais precoce possível de qualquer recidiva, da lesão primária ou de metástase cervical. Como é um carcinoma fortemente associado ao tabagismo e ao etilismo, a prevenção ainda é a melhor opção. Hábitos de vida mais saudáveis reduzem as chances de aparecimento desse tipo de carcinoma.



Referências:



Adriana Signorini
Acadêmica de Medicina
Secretária Geral da LAPAT

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Curso de Atualização UNICAMP



Curso de Atualização em Patologia Cirúrgica 2012.
Dias 06, 07 e 08 de julho.
Hotel Nacional Inn, Campinas - SP


Mais informações: 
http://www.fcm.unicamp.br/deptos/anatomia/curso/capc.pdf


Phelipe Gabriel.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Lúpus na Infância



   O lúpus eritematoso (LE) pode ser dividido em três variantes: lúpus eritematoso sistêmico (LES), lúpus eritematoso discóide crônico (LEDC) e lúpus eritematoso cutâneo subagudo (LECS). O lúpus eritematoso cutâneo subagudo (LECS) é extremamente incomum em crianças, e freqüentemente associado com a deficiência de complemento.

CASO CLÍNICO

   LBB, branco, masculino, cinco anos, encaminhado ao ambulatório de Reumatologia da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, com queixas de lesões de pele desde os quatro meses de vida. A mãe referia que, com quatro meses de vida, a criança apresentou lesões de pele arroxeadas nos membros inferiores, superiores e na face. Referia que essas lesões melhoraram com tratamento para alergia, mas recidivaram.
   Há oito meses, iniciou com úlceras orais dolorosas que, episodicamente, infectavam e melhoravam com uso de antibióticos. Há três semanas, as lesões orais pioraram, juntamente com as lesões de pele. A criança deixou de se alimentar e iniciou com quadro de fraqueza generalizada, associada à febre duas vezes ao dia e artralgia em ombros.


   O caso refere-se a paciente com LECS e alterações neurológicas no decorrer da fase aguda, sem outras patologias detectadas.
   O tratamento inicial consistiu em antibioticoterapia com ceftriaxona 1,2g/dia, e medidas de suporte. Após resultados laboratoriais e biópsia, iniciou-se corticoterapia com prednisolona 15mg/dia e hidroxicloroquina na dose de 4mg/kg/dia. Após 3 meses foi suspensa a hidroxicloroquina e iniciado tratamento com talidomida na dose de 100mg/dia e redução gradativa da corticoterapia, com remissão das lesões cutâneas nos membros inferiores e superiores, mas persistência moderada na face. Houve redução da alopecia.
   Concluímos, com a apresentação desse caso de lúpus cutâneo na criança, que, apesar da raridade, devemos estar atentos para o diagnóstico precoce e melhor abordagem terapêutica. Particularmente nos casos de mães portadoras do anticorpo anti-Ro, para detecção e até possível reversão das complicações do bloqueio cardíaco congênito na criança, e nas próximas gestações.


Referência

FREIRE, Marlene et al. Lúpus Neonatal e Lúpus Eritematoso Cutâneo Subagudo na Infância. Rev Bras Reumatol [online]. 2004, vol.44, n.3, pp. 242-247.


Núbia Neves
Acadêmica de medicina
Membro da LAPAT