A
Polimastia é uma ectopia e remanescente da linha mamária. Mamas supranumerárias
são referidas como polimastia;
mamilos supranumerários (politelia)
podem ocorrer, com ou sem parênquima glandular subjacente, ao longo de toda a
linha mamária. O ser humano possui 2 linhas mamárias e elas vão da região
axilar à inguinal. As mamas podem desenvolver-se em qualquer sítio ao longo
dessa linha, mas mais frequentemente ficam situadas aproximadamente 20 cm
abaixo da clavícula, na parede torácica anterior. O tecido ectópico sofre
influência das alterações hormonais do ciclo menstrual, podendo ocasionalmente
aumentar de volume e provocar dor pré-menstrual. As doenças que afetam a mama
eutópica podem também ocorrer no tecido heterotópico, inclusive hiperplasias,
tumores benignos e carcinomas.
A forma mais comum de polimastia é a mama axilar, que se
torna mais evidente em muitas mulheres durante a gravidez e que muitas depois
se queixam como se fosse uma gordura próxima da axila. Nas linhas mamárias
podem persistir brotos mamários, como mamas acessórias, ao longo da vida
adulta.
A
incidência de polimastia na população geral varia de 2 a 6%. As mamas
acessórias, como qualquer tecido mamário, podem ser alvo de alterações
patológicas variadas, benignas ou malignas, uma vez que respondem às variações
hormonais fisiológicas e estão sujeitas aos mesmos agentes carcinogênicos.
Representando 0,3% dos carcinomas mamários, o câncer de mama ectópica é um
problema real e deve ser divulgado, já que sua baixa frequência na população
pode tornar o diagnóstico difícil de ser feito.
Durante
os últimos anos, grandes avanços foram surgindo na forma de tratar o câncer de
mama. As grandes cirurgias radicais foram substituídas por tratamentos
conservadores e, na atualidade, a abordagem cirúrgica para avaliação do
envolvimento de linfonodos axilares tem sido objeto de estudo. Acredita-se que
o envolvimento dos linfonodos ocorre continuamente, um a um, da periferia para
a região medial da axila. Sendo assim, estão surgindo métodos de predição de
acometimento axilar através de procedimentos pouco invasivos, como a avaliação
do linfonodo sentinela, que permite evitar a linfadenectomia e seus efeitos
colaterais em pacientes com axila negativa.
O
conceito de linfonodo sentinela foi relatado inicialmente por Virchow em meados
do século XIX sendo Braithwaite o primeiro a usar o termo “glândula sentinela”
em 19235. Objeto de vários estudos atualmente, a biópsia do linfonodo
sentinela, independentemente da técnica utilizada, tem alta acurácia (92 a
100%), e relativamente baixa taxa de falso-negativo (0 a 19%), além de baixas
taxas de recorrência local em mulheres com axila preservada após biópsia negativa
do linfonodo sentinela. Apesar disso, em uma pequena porcentagem dos pacientes
é observada a presença de metástase em outros linfonodos que não o linfonodo
sentinela. Outro problema descrito na técnica de avaliação do linfonodo
sentinela é a presença de metástase nos linfonodos axilares dos níveis II e III
sem envolvimento dos linfonodos do nível I, a chamada skip metastasis,
relatada em 1,5 a 29,2% dos casos.
Como
o câncer no tecido mamário ectópico é uma patologia rara, o estudo do linfonodo
sentinela nesses casos ainda é escasso e a anatomia da drenagem linfática
desses tumores ainda não está esclarecida. Assim, faz-se necessário relatar os
casos encontrados e revisar, sempre que possível, a drenagem linfática
relacionada a este tipo de tumor.
Referências:
BRASILEIRO
FILHO, G. Bogliolo: Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011
TIEZZI, D. GUIMARÃES et
al. Linfonodo-sentinela no câncer de mama acessória: relato de caso. Rev Bras Ginecol
Obstet. 2006; 28(1): 50-3
Anatomia mamária.
Disponível em: http://doencadamama.com/mama_detalhe.php?i=3. Acesso em: 22 jun. 2012.
Procedimentos
cirúrgicos. Disponível em: http://www.bgcirurgiaplastica.com.br/procedimentos_cirurgxicos-amama.htm. Acesso em: 22 jun. 2012.
Amanda
Figueiredo
Acadêmica de
Medicina
Diretora
Financeira da LAPAT