21/05/2012 - Adultos de 50 a 71 anos que bebem pelo menos três xícaras
de café por dia podem reduzir o risco de morrer em 10% com relação àqueles que
não consomem a bebida, revelou um estudo do Instituto Nacional do Câncer (NCI,
na sigla em inglês), dos Estados Unidos, publicado este mês. A pesquisa foi
feita com base em um questionário aplicado a um grupo de 400 pessoas que
estavam nessa faixa etária entre 1995 e 1996. Os participantes foram
acompanhados até 31 de dezembro de 2008.
Os resultados, divulgados na revista médica New
England Journal of Medicine (NEJM), demonstraram que as pessoas que
consumiram, em média, três xícaras de café por dia, normal ou descafeinado,
tiveram menos risco de morrer de doenças cardiovasculares e respiratórias, AVC,
ferimentos, acidentes, diabetes e infecção do que as pessoas que não ingeriram
a bebida. Os cientistas, contudo, notaram um aumento muito sutil no risco de
câncer entre os homens que consumiram muito café. Ao contrário, entre as
mulheres não foi constatado um vínculo direto entre o fato de beber café e
mortes por câncer.
Para não haver falsos resultados, os autores da
pesquisa também levaram em conta outros fatores de mortalidade, como o tabagismo
e o consumo excessivo de álcool. No entanto, alertaram para o fato de que não
podem afirmar com certeza, em termos científicos, que o consumo do café
prolongaria a vida. "O café é a bebida mais consumida na América, mas o
vínculo entre este consumo e o risco de morte não está claro", afirmou o
doutor Neal Freedman, da Divisão de Epidemiologia de Câncer e Genética do NCI,
principal autor da pesquisa. "Ainda que não possamos concluir a existência
de uma relação de causa e efeito entre beber café e um risco menor de morte,
pensamos que esses resultados dão certas garantias ao fato de que a bebida não
faz mal à saúde", acrescentou o doutor Freedman.
Os cientistas destacaram, ainda, que os hábitos de
consumo do café na residência dos participantes foram estimados com base em um
questionário sobre um período determinado. Sendo assim, não refletem atitudes
de longo prazo. Argumentaram igualmente que não obtiveram informações sobre o
preparo do café (expresso, filtrado, etc) e, portanto, sobre os efeitos
protetores da bebida com base nos níveis dos ingredientes utilizados. "O
mecanismo pelo qual o café reduziria a mortalidade não está claro porque esta
bebida contém mais de mil substâncias diferentes que podem, potencialmente,
afetar a saúde", explicou o doutor Freedman. "Entre estas
substâncias, a cafeína é a mais estudada, mas nesta pesquisa os efeitos
protetores foram os mesmos, inclusive entre os bebedores de café
descafeinado", revelou.
Fonte: Correio Braziliense Online
Notícia extraída da página do INCA – Instituto Nacional
de Câncer
Phelipe Gabriel
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