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segunda-feira, 19 de novembro de 2012
domingo, 11 de novembro de 2012
Linfadenopatia não-neoplásica
Há vários
métodos de obtenção de tecido linfóide para análise, em que se destacam: punção aspirativa
com agulha fina (PAAF), biópsia incisional por agulha e biópsia excisional. A
PAAF permite a análise dos aspectos citológicos e é indicada, por exemplo, para
linfadenopatias reacionais ou infecciosas. A biópsia incisional por agulha é
comumente realizada em linfadenopatias de compartimentos fechados (cavidade
abdominal, mediastino, etc.). Por fim, a excisão do linfonodo é o método de
escolha para diagnóstico de linfadenopatias.
Linfadenopatias
reacionais
Os linfonodos
respondem de várias maneiras a infecções ou estados de estimulação imunitária,
gerando linfadenopatias reacionais. Há dois tipos principais de resposta:
- Linfadenites: a partir da presença (e resposta) de um agente infeccioso no linfonodo;
- Hiperplasias linfoides: pela reação apenas à estimulação antigênica.
Há diferentes padrões de resposta, que variam
de acordo com o compartimento histofisiológico envolvido na reação imunitária:
- Padrão folicular: na zona de células B;
- Padrão paracortical: na zona de células T;
- Padrão sinusal: reação histiocítica.
As
linfadenopatias em geral podem apresentar alterações arquiteturais, que
incluem: necrosantes, granulomatosas ou fibrosantes.
Padrão folicular – HIPERPLASIA
FOLICULAR
- Centros germinativos reacionais;
- Há centrócitos, centroblastos, macrófagos de corpo tingido, células dendríticas foliculares e linfócitos T;
- Exemplos: HIV, sífilis, toxoplasmose.
- Na zona T do linfonodo (paracortical);
- Composição celular também polimórfica;
- Exemplos: Hipersensibilidade a fármacos, pós-vacinal, linfadenites virais.
- São as mais frequentes e envolvem os seios linfáticos, que se dilatam;
- Histiócitos de núcleos homogêneos;
- Exemplo: histiocitose sinusal.
- BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011
- anatpat.unicamp.br
Phelipe Gabriel
LAPAT-UFSJ
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Bócio Multinodular
Figura 1 – Localização anatômica e estrutura da Tireóide
O
bócio multinodular (BMN) é definido como um aumento da glândula tireóide
secundário à proliferação multifocal de tireócitos e caracteriza-se pela
heterogeneidade no crescimento e função das células foliculares. O BMN é
considerado uma neoplasia benigna da tireóide. É uma doença comum, com aumento
da prevalência em áreas com deficiência de iodo, sendo este o principal fator
etiológico ambiental. Sua incidência depende também do sexo, sendo a relação
mulher:homem 5:1.
A
deficiência crônica de iodo acarreta aumento da secreção endógena de TSH
(Hormônio Tireotrófico) e, consequentemente, estímulo da função e do
crescimento em todas as células foliculares da tireóide (tireócitos). Tem sido
consenso a importante participação do TSH no desenvolvimento do bócio.
São demonstrados no
BMN componentes genéticos importantes. Observa-se que filhos de pais com bócio
apresentam uma prevalência significativamente maior dessa condição quando
comparados com crianças de pais sem a doença.
Figura
2
– detalhe de folículos em bócio multinodular. Abundante colóide, envolvido por
células foliculares (atipia celular, citoplasma escasso)
A avaliação de
pacientes com BMN deve ser direcionada a exclusão de malignidade, através da
realização da punção aspirativa dos nódulos maiores do que 1 cm e/ou com
características ultrassonográficas sugestivas de malignidade
(hipoecogenecidade, microcalcificações, margens irregulares, aumento do fluxo
vascular pelo Doppler) ou história clínica de risco, exceto quando há suspeita
de nódulo funcionante.
Referência:
Meyer ES,
Maia AL. Aspectos patogênicos e clínicos do bócio multinodular. Rev HCPA
2009; 29(3): 246-254
Phelipe Gabriel
LAPAT-UFSJ
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
sábado, 7 de julho de 2012
Doença de Huntington
A Doença de Huntington (DH) é uma afecção neurodegenerativa de
herança autossômica dominante causada por mutação no gene IT15 (cromossomo 4),
que codifica a proteína huntingtina.
Esse desvio resulta em acúmulo de poliglutamina
na molécula de huntingtina e agregação dessa proteína em forma de diminutas
inclusões nucleares nos neurônios. A huntingtina tem função de transporte,
transcrição e neurogênese. Em geral, a doença se manifesta na quarta década de
vida, embora não seja possível prever a idade de manifestação ou o quadro
clínico.
Morfologia
Em estados avançados, a macroscopia revela atrofia intensa do
encéfalo, principalmente do neoestriado (putâmen e núcleo caudado), seguido do
globo pálido, diencéfalo, tronco encefálico e cerebelo. O córtex cerebral
também sofre atrofia, especialmente nas regiões frontais e parietais. Microscopicamente, há perda neuronal e
gliose nas áreas vulneráveis. Há positividade imuno-histoquímica para
huntingtina e ubiquitina nas inclusões nucleares neuronais, embora deva ser
interpretada com cautela, já que se encontra em portadores da doença e em
controles. Postula-se que essas inclusões podem ser neuroprotetoras.
Clinicamente, os pacientes
apresentam:
- Movimentos involuntários dos membros, da cabeça e do tronco (coreia);
- Rigidez muscular;
- Alterações psíquicas que evoluem progressivamente para quadro demencial.
Não há correlação estreita entre
o diagnóstico clínico e o neuropatológico na DH. Há descrições de casos bem
caracterizados clinicamente cujo diagnóstico anatomopatológico foi discordante
e vice-versa.
Vídeo
Referências
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo:
Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011 (adaptado)
Phelipe Gabriel
Acadêmico de medicina
Presidente da LAPAT
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Polimastia
A
Polimastia é uma ectopia e remanescente da linha mamária. Mamas supranumerárias
são referidas como polimastia;
mamilos supranumerários (politelia)
podem ocorrer, com ou sem parênquima glandular subjacente, ao longo de toda a
linha mamária. O ser humano possui 2 linhas mamárias e elas vão da região
axilar à inguinal. As mamas podem desenvolver-se em qualquer sítio ao longo
dessa linha, mas mais frequentemente ficam situadas aproximadamente 20 cm
abaixo da clavícula, na parede torácica anterior. O tecido ectópico sofre
influência das alterações hormonais do ciclo menstrual, podendo ocasionalmente
aumentar de volume e provocar dor pré-menstrual. As doenças que afetam a mama
eutópica podem também ocorrer no tecido heterotópico, inclusive hiperplasias,
tumores benignos e carcinomas.
A forma mais comum de polimastia é a mama axilar, que se
torna mais evidente em muitas mulheres durante a gravidez e que muitas depois
se queixam como se fosse uma gordura próxima da axila. Nas linhas mamárias
podem persistir brotos mamários, como mamas acessórias, ao longo da vida
adulta.
A
incidência de polimastia na população geral varia de 2 a 6%. As mamas
acessórias, como qualquer tecido mamário, podem ser alvo de alterações
patológicas variadas, benignas ou malignas, uma vez que respondem às variações
hormonais fisiológicas e estão sujeitas aos mesmos agentes carcinogênicos.
Representando 0,3% dos carcinomas mamários, o câncer de mama ectópica é um
problema real e deve ser divulgado, já que sua baixa frequência na população
pode tornar o diagnóstico difícil de ser feito.
Durante
os últimos anos, grandes avanços foram surgindo na forma de tratar o câncer de
mama. As grandes cirurgias radicais foram substituídas por tratamentos
conservadores e, na atualidade, a abordagem cirúrgica para avaliação do
envolvimento de linfonodos axilares tem sido objeto de estudo. Acredita-se que
o envolvimento dos linfonodos ocorre continuamente, um a um, da periferia para
a região medial da axila. Sendo assim, estão surgindo métodos de predição de
acometimento axilar através de procedimentos pouco invasivos, como a avaliação
do linfonodo sentinela, que permite evitar a linfadenectomia e seus efeitos
colaterais em pacientes com axila negativa.
O
conceito de linfonodo sentinela foi relatado inicialmente por Virchow em meados
do século XIX sendo Braithwaite o primeiro a usar o termo “glândula sentinela”
em 19235. Objeto de vários estudos atualmente, a biópsia do linfonodo
sentinela, independentemente da técnica utilizada, tem alta acurácia (92 a
100%), e relativamente baixa taxa de falso-negativo (0 a 19%), além de baixas
taxas de recorrência local em mulheres com axila preservada após biópsia negativa
do linfonodo sentinela. Apesar disso, em uma pequena porcentagem dos pacientes
é observada a presença de metástase em outros linfonodos que não o linfonodo
sentinela. Outro problema descrito na técnica de avaliação do linfonodo
sentinela é a presença de metástase nos linfonodos axilares dos níveis II e III
sem envolvimento dos linfonodos do nível I, a chamada skip metastasis,
relatada em 1,5 a 29,2% dos casos.
Como
o câncer no tecido mamário ectópico é uma patologia rara, o estudo do linfonodo
sentinela nesses casos ainda é escasso e a anatomia da drenagem linfática
desses tumores ainda não está esclarecida. Assim, faz-se necessário relatar os
casos encontrados e revisar, sempre que possível, a drenagem linfática
relacionada a este tipo de tumor.
Referências:
BRASILEIRO
FILHO, G. Bogliolo: Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011
TIEZZI, D. GUIMARÃES et
al. Linfonodo-sentinela no câncer de mama acessória: relato de caso. Rev Bras Ginecol
Obstet. 2006; 28(1): 50-3
Anatomia mamária.
Disponível em: http://doencadamama.com/mama_detalhe.php?i=3. Acesso em: 22 jun. 2012.
Procedimentos
cirúrgicos. Disponível em: http://www.bgcirurgiaplastica.com.br/procedimentos_cirurgxicos-amama.htm. Acesso em: 22 jun. 2012.
Amanda
Figueiredo
Acadêmica de
Medicina
Diretora
Financeira da LAPAT
sexta-feira, 22 de junho de 2012
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