quarta-feira, 25 de abril de 2012

Onfalocele




A Onfalocele é um defeito na parede abdominal, na inserção do cordão umbilical, com herniação de órgãos abdominais. O defeito é caracterizado pela ausência dos músculos abdominais, fáscia e pele e, coberto por uma membrana avascular, forma uma hérnia. O saco herniado é formado por uma camada interna (peritônio) e uma externa (membrana amniótica) e entre as duas existe uma fina camada de geléia de Wharton. A migração das alças intestinais no cordão umbilical ocorre normalmente entre 8 e 12 semanas de gestação e falha no retorno das alças intestinais para a cavidade abdominal resulta na formação de onfalocele.

A embriogênese da onfalocele não é muito bem entendida. Várias teorias foram sugeridas para esclarecer sua origem. Em casos de onfaloceles extensas, nas quais há herniação de fígado e alças intestinais, o defeito pode resultar da interrupção no desenvolvimento dos folhetos laterais e de falha no fechamento da parede, por volta da terceira ou quarta semana de vida embrionária. Porém, nas onfaloceles pequenas, em que somente as alças intestinais estão herniadas, o defeito pode ser resultante de uma falha nos estágios finais de fechamento dos folhetos laterais, secundário à exposição a agentes teratogênicos ou alterações genéticas que predispõem ao desenvolvimento de malformações. Todos os órgãos abdominais podem herniar, sendo mais freqüente a protusão de alças intestinais, estômago e fígado.

Referência:


Mustafá AS et al. Onfalocele: Prognóstico Fetal em 51 Casos com Diagnóstico Pré-natal, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 23 (1), 2001. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0100-72032001000100005&script=sci_arttext

Vídeo:





Luciana Emerick
Acadêmica de Medicina
Secretária Geral da LAPAT

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Hidrocefalia Congênita




Hidrocefalia congênita é causada por fatores diversos, malformativos ou não. Uma das causas malformativas mais comuns é estenose do aqueduto cerebral, também denominada obstrução conatal do aqueduto cerebral, representada por vários padrões morfológicos: estenose, atresia, gliose, oclusão por septo membranáceo glial ou malformação vascular. Muitas vezes, é muito difícil ou impossível distinguir histologicamente uma estenose malformativa de uma lesão adquirida (pós-inflamatória, por ex.). Como estenose pode ser induzida por infecção viral precoce do epêndima, esta divisão é até certo ponto destituída de efeito prático. Entretanto, existe uma situação rara em que a estenose do aqueduto é geneticamente determinada (mutações no gene LICAM), sendo transmitida por herança ligada ao cromossomo X (Síndrome de Bickers-Adams). Hidrocefalia congênita é também muito frequente nas síndromes de Arnold-Chiari e de Dandy-Walker.


As consequências da hidrocefalia variam conforme a idade em que começa a se manifestar, de modo especial segundo se estabeleça antes ou depois da ossificação das suturas cranianas. No primeiro caso, há afastamento dos ossos da convexidade craniana, aumento considerável dos diâmetros do crânio (macrocrania), fronte ampla e protrusa, olhos pouco salientes e face pequena em relação ao crânio. Em recém-nascidos e lactentes, encontra-se maior aumento volumétrico do encéfalo proporcionalmente à hidrocefalia que se inicia em idade mais avançada. A dilatação das cavidades ventriculares começa nos ventrículos laterais, atingindo sucessivamente o III ventrículo e, em menor grau, o IV ventrículo. Nos casos mais graves, os ventrículos laterais e o III ventrículo fundem-se, formando cavidade única.

Referência:
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011.

Vídeo:
  



Phelipe Gabriel
acadêmico de medicina
presidente da LAPAT



terça-feira, 10 de abril de 2012

Biopsia Hepática




Desde 1883, quando Paul Erlich se propôs a estudar o conteúdo de glicogênio do fígado diabético, a biopsia hepática (BH) por agulha ou cirúrgica tem tido indicações cada vez mais amplas, transformando-se hoje em valioso instrumento de diagnóstico, avaliação prognóstica e monitoramento terapêutico em muitas doenças do fígado.

Biopsia Cirúrgica

A biópsia em cunha fornece habitualmente amostras relativamente extensas do parênquima, devendo ser colhida a até 4 cm de profundidade, sendo fácil a hemostasia se o fragmento for delgado; deve-se evitar as porções muito superficiais do órgão.

Biopsia por agulha

Atualmente, é bastante utilizada a agulha de Trucut, modificação da agulha de Vim-Silverman, que tem diâmetro de 2,05 mm e baseia-se em mecanismo de guilhotina para colher a amostra. Esse tipo de agulha “de corte” tem-se provado de grande utilidade, diminuindo apreciavelmente a fragmentação do espécime e colhendo também porções intactas de septos fibrosos em hepatites crônicas e cirroses, os quais são mal representados em biopsias colhidas “por aspiração”, com agulhas como a de Menguini, que por vezes não amostram bem as estruturas fibrosas.
Na maioria dos casos, a biopsia é feita pela via intercostal (às cegas). A via laparoscópica apresenta grandes vantagens, já que permite visão macroscópica do fígado, sua superfície externa, a vasculatura abdominal e outros aspectos da cavidade relevantes para o diagnóstico. Além disso, a visão direta permite seleção da área a ser biopsiada, o que é de grande utilidade para orientação do patologista. Apesar dessas vantagens, a laparoscopia é um método invasivo. Como alternativa, muitos centros preferem a biopsia orientada por ultrassom, que tem sua aplicação mais específica na exploração diagnóstica de lesões situadas profundamente no parênquima hepático, inacessíveis à visão laparoscópica. A via transjugular é utilizada em pacientes com transtornos da coagulação – portanto, com biopsia percutânea contraindicada – ou em casos de ascite incontrolável.
Em virtude da facilidade operacional, da segurança para o paciente e, sobretudo, do alto grau de informação diagnostica e evolutiva que oferece, a BH tem indicação praticamente em todas as hepatopatias.

Referência:
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011.

Vídeo:




Phelipe Gabriel
acadêmico de medicina
presidente da LAPAT

As Publicações no blog


Em geral, nossas publicações seguirão os conteúdos vistos nas atividades da Liga. Nestas semanas iniciais, por exemplo, apresentamos alguns métodos de estudo em patologia, conteúdo visto em nossas aulas teóricas e práticas. Com isso, esperamos aprofundar nos assuntos e servir como fonte de informação às pessoas interessadas em patologia.

Phelipe Gabriel
acadêmico de medicina
presidente da LAPAT

terça-feira, 3 de abril de 2012

Core biopsy: uma técnica confiável para o diagnóstico histopatológico do câncer de mama?


       

       O câncer de mama é o tumor maligno mais prevalente entre as mulheres. Segundo a American Cancer Society, cerca de 230 mil novos casos de carcinoma mamário invasor foram previstos para o ano de 2011 nos Estados Unidos, assim como cerca de 39 mil óbitos decorrentes da doença. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é que em 2012 sejam diagnosticados no Brasil 52.680 novos casos de câncer de mama. O diagnóstico desse câncer depende da interação entre cirurgião, radiologista e patologista; este tendo o papel de destaque nessa equipe multidisciplinar, uma vez que compete a ele o diagnóstico definitivo.
       Atualmente, os métodos mais utilizados pelos patologistas para o diagnóstico inicial do câncer de mama são a biópsia por agulha grossa e a punção biópsia aspirativa. Essas duas técnicas possuem vantagens e limitações, mas a biópsia por agulha grossa, mais comumente conhecida por core biopsy, tem sido cada vez mais adotada como procedimento padrão para o diagnóstico inicial do câncer de mama, pois, além de ser um procedimento relativamente pouco agressivo, possibilita análise histopatológica do tumor, ao contrário da punção por agulha fina, que possibilita apenas a análise citopatológica do material obtido. Além disso, dados de literatura indicam que a core biopsy possui sensibilidade e especificidade superiores às da punção biópsia aspirativa, tanto para o diagnóstico de lesões benignas quanto para o diagnóstico de lesões malignas.

Adaptado do Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, vol. 48. Fev. 2012
Autor: Alfredo Ribeiro-Silva
PhD em Patologia Humana; professor associado do Departamento de Patologia e Medicina Legal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-Universidade de São Paulo (FMRP-USP).


Artigo completo:


Phelipe Gabriel
Acadêmico de Medicina
Presidente da LAPAT

domingo, 1 de abril de 2012

Novos membros

Desejamos as boas-vindas aos novos membros da LAPAT, aprovados no I Processo seletivo. São eles:

  • André Fernando
  • Andressa Castanheira
  • Huberth André
  • Luiza Cristina
  • Núbia Chouchounova
  • Renato Ferreira
  • Viviane Oliveira
Phelipe Gabriel,
Acadêmico de medicina
Presidente da LAPAT

Membros da LAPAT

Os membros fundadores são:
  • Phelipe Gabriel - Presidente
  • Adriana Signorini - Secretária Geral
  • Luciana Emerick - Secretária Geral
  • Emanuelle Reis - Diretora Científica
  • Amanda Figueiredo - Diretora Financeira
  • Diego Santana - Diretor de Extensão

Os professores orientadores são:
  • Michele Pereira - orientadora
  • Flávia Horta - co-orientadora
  • Tiago Leitão - co-orientador

Breve Histórico

A fim de aprofundar-se nos estudos em Patologia, um grupo de alunos de Medicina da UFSJ fundou a Liga Acadêmica de Patologia, LAPAT-UFSJ. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos que objetiva fortalecer a área de Patologia na UFSJ e aprimorar a formação acadêmica. A LAPAT foi aprovada pelo Colegiado do curso de medicina em dezembro de 2011 e teve suas atividades iniciadas em abril de 2012.

Phelipe Gabriel,
Acadêmico de medicina
Presidente da LAPAT