quinta-feira, 19 de abril de 2012

Hidrocefalia Congênita




Hidrocefalia congênita é causada por fatores diversos, malformativos ou não. Uma das causas malformativas mais comuns é estenose do aqueduto cerebral, também denominada obstrução conatal do aqueduto cerebral, representada por vários padrões morfológicos: estenose, atresia, gliose, oclusão por septo membranáceo glial ou malformação vascular. Muitas vezes, é muito difícil ou impossível distinguir histologicamente uma estenose malformativa de uma lesão adquirida (pós-inflamatória, por ex.). Como estenose pode ser induzida por infecção viral precoce do epêndima, esta divisão é até certo ponto destituída de efeito prático. Entretanto, existe uma situação rara em que a estenose do aqueduto é geneticamente determinada (mutações no gene LICAM), sendo transmitida por herança ligada ao cromossomo X (Síndrome de Bickers-Adams). Hidrocefalia congênita é também muito frequente nas síndromes de Arnold-Chiari e de Dandy-Walker.


As consequências da hidrocefalia variam conforme a idade em que começa a se manifestar, de modo especial segundo se estabeleça antes ou depois da ossificação das suturas cranianas. No primeiro caso, há afastamento dos ossos da convexidade craniana, aumento considerável dos diâmetros do crânio (macrocrania), fronte ampla e protrusa, olhos pouco salientes e face pequena em relação ao crânio. Em recém-nascidos e lactentes, encontra-se maior aumento volumétrico do encéfalo proporcionalmente à hidrocefalia que se inicia em idade mais avançada. A dilatação das cavidades ventriculares começa nos ventrículos laterais, atingindo sucessivamente o III ventrículo e, em menor grau, o IV ventrículo. Nos casos mais graves, os ventrículos laterais e o III ventrículo fundem-se, formando cavidade única.

Referência:
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011.

Vídeo:
  



Phelipe Gabriel
acadêmico de medicina
presidente da LAPAT



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