terça-feira, 10 de abril de 2012

Biopsia Hepática




Desde 1883, quando Paul Erlich se propôs a estudar o conteúdo de glicogênio do fígado diabético, a biopsia hepática (BH) por agulha ou cirúrgica tem tido indicações cada vez mais amplas, transformando-se hoje em valioso instrumento de diagnóstico, avaliação prognóstica e monitoramento terapêutico em muitas doenças do fígado.

Biopsia Cirúrgica

A biópsia em cunha fornece habitualmente amostras relativamente extensas do parênquima, devendo ser colhida a até 4 cm de profundidade, sendo fácil a hemostasia se o fragmento for delgado; deve-se evitar as porções muito superficiais do órgão.

Biopsia por agulha

Atualmente, é bastante utilizada a agulha de Trucut, modificação da agulha de Vim-Silverman, que tem diâmetro de 2,05 mm e baseia-se em mecanismo de guilhotina para colher a amostra. Esse tipo de agulha “de corte” tem-se provado de grande utilidade, diminuindo apreciavelmente a fragmentação do espécime e colhendo também porções intactas de septos fibrosos em hepatites crônicas e cirroses, os quais são mal representados em biopsias colhidas “por aspiração”, com agulhas como a de Menguini, que por vezes não amostram bem as estruturas fibrosas.
Na maioria dos casos, a biopsia é feita pela via intercostal (às cegas). A via laparoscópica apresenta grandes vantagens, já que permite visão macroscópica do fígado, sua superfície externa, a vasculatura abdominal e outros aspectos da cavidade relevantes para o diagnóstico. Além disso, a visão direta permite seleção da área a ser biopsiada, o que é de grande utilidade para orientação do patologista. Apesar dessas vantagens, a laparoscopia é um método invasivo. Como alternativa, muitos centros preferem a biopsia orientada por ultrassom, que tem sua aplicação mais específica na exploração diagnóstica de lesões situadas profundamente no parênquima hepático, inacessíveis à visão laparoscópica. A via transjugular é utilizada em pacientes com transtornos da coagulação – portanto, com biopsia percutânea contraindicada – ou em casos de ascite incontrolável.
Em virtude da facilidade operacional, da segurança para o paciente e, sobretudo, do alto grau de informação diagnostica e evolutiva que oferece, a BH tem indicação praticamente em todas as hepatopatias.

Referência:
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia, 8ª ed, Guanabara Koogan, 2011.

Vídeo:




Phelipe Gabriel
acadêmico de medicina
presidente da LAPAT

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